domingo, 27 de dezembro de 2009

Os donos da comunicação


Os jornais na sua grande maioria são partidários. Os da minha cidade o são declaradamente. Cada qual da sua própria causa. Não que não amem nossa cidade; acredito que amam. O problema está em seus proprietários: todos são políticos, sempre se elegem para edil ou deputado e mesmo prefeito. Sim, ambos foram tudo isso e mais secretário disso ou daquilo. Eles e os seus - sejam filhos, pais, sobrinhos - sempre galgando cargos políticos. Não que isso seja tão mau assim. Apenas nos negam a imparcialidade. Parece que imparcialidade realmente não existe. Quiçá em lugar nenhum.

Claro, entre seus cronistas e colaboradores pode e deve haver o direito a livre expressão de opiniões. Enfim, o que sei - e é tão pouco o que sei mas isso não me impede de estar aqui ou onde for e dizer o que penso do pouco que me é dado saber, - é que os meios de comunicação não podem ser de propriedade de políticos, de autoridades públicas. Onde está escrito? Em que lei? existe mesmo esta lei? Preciso pesquisar bem e depois então responder (pra eu mesma que seja). Olha, lembro de ter lido em algum jornal sobre isso. Até foi citado o nome do Loureiro. Vejamos o que temos...

Segundo informação de Claudio Weber Abramo, diretor executivo da Transparência Brasil, dos tantos parlamentares em exercício nas principais Casas Legislativas brasileiras, entre senadores, deputados e vereadores de capitais (veja bem, capitais, fora os tantos e tantos no interior do Brasil, nas tantas e tantas cidades e cidadezinhas...), 166 (repito:só de capitais) parlamentares detêm essas concessões. A maior concentração está no Senado Federal, no qual nada menos de 29 integrantes (36% do total de 81) são donos de estações (ou inteiras redes) de rádio e TV. Na Câmara dos Deputados eles são 62 (12% do todal de 513 deputados). É assim que as oligarquias regionais mantém o controle político em suas áreas de influência.

A legislação brasileira proíbe que dirigentes executivos de órgãos de comunicação se candidatem, mas não estende a proibição aos controladores dessas empresas. A gente fica mesmo acabrunhado, seja lá de onde vem esta expressão; ficamos sei lá, anestesiados com tanta patifaria descarada, burlando leis que parecem não existir. É o tal "Coronelismo eletrônico", que remonta um passado que insiste em se repetir.

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